A cada momento uma perfeição de forma surge numa mão
ou rosto; alguma tonalidade nas colinas ou no mar é mais
preciosa que as demais; algum estado de paixão ou de
visão ou de excitação intelectual é irresistivelmente real e
atraente para nós – por aquele momento apenas. Não o
fruto da experiência, mas a própria experiência, é o fim.
(...) Arder sempre nessa sólida chama pétrea, manter o
êxtase, é o sucesso da vida.(...) Enquanto tudo se
desmancha sob nossos pés, bem podemos tentar aferrar
alguma paixão rara, alguma contribuição ao
conhecimento que com o clarear de um horizonte pareça
deixar o espírito em liberdade por um momento, ou
alguma excitação dos sentidos, estranhas tintas, estranhas
cores e cheiros curiosos, ou obra de mão de artista ou o
rosto de pessoa amiga.
(Walter Pater, História da beleza)
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