quinta-feira, 1 de maio de 2014

Walter Pater em História da Beleza

A cada momento uma perfeição de forma surge numa mão 
ou rosto; alguma tonalidade nas colinas ou no mar é mais 
preciosa que as demais; algum estado de paixão ou de 
visão ou de excitação intelectual é irresistivelmente real e 
atraente para nós – por aquele momento apenas. Não o 
fruto da experiência, mas a própria experiência, é o fim. 
(...) Arder sempre nessa sólida chama pétrea, manter o 
êxtase, é o sucesso da vida.(...) Enquanto tudo se 
desmancha sob nossos pés, bem podemos tentar aferrar 
alguma paixão rara, alguma contribuição ao 
conhecimento que com o clarear de um horizonte pareça 
deixar o espírito em liberdade por um momento, ou 
alguma excitação dos sentidos, estranhas tintas, estranhas 
cores e cheiros curiosos, ou obra de mão de artista ou o 
rosto de pessoa amiga. 
                                   (Walter Pater, História da beleza)

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